Em Viseu, as fontes são muito mais do que simples nascentes ou elementos decorativos. São lugares de encontros, promessas, segredos e de memórias partilhadas ao longo de gerações. Por isso, percorrer os caminhos que se traçam entre as fontes da Freguesia de Viseu é viajar no tempo e na memória, descobrindo vivências únicas que a água, silenciosa e constante, testemunhou.
As fontes são também lugares de espera e da esperança. Encerram mistérios em que água é sempre símbolo de desejo, pureza e ligação espiritual. Encruzilham memórias e narrativas e, como ponto de encontro, são cenários de afetos e, muitas vezes, o palco discreto onde se desenrolava o drama íntimo da vida dos viseenses.
Visite-se a Fonte das Três Bicas, vá à Fonte da Regueira e ao Jardim das Camélias que ainda reivindica a memória de Maria do Céu Mendes, cuja bondade e elegância ainda hoje se perscrutam nas águas tranquilas que ali timidamente correm. A fonte não só sacia a sede dos corpos, mas também espelha a alma de quem por ali se sentava. Em seu redor, os jardins floridos embalavam as conversas, os passeios e as reflexões sobre a liberdade espiritual de servir os outros. No coração do Fontelo, quase escondida, brota uma das fontes mais singelas e, ao mesmo tempo, mais curiosas: a Fonte de São Jerónimo. Em lugar contemplativo, ela surge como espaço de retiro, quase místico, onde a água fresca que brota da rocha coberta de musgo se transforma em metáfora de fé e renovação. No seu poço sombrio, a luz e a água unem-se para lembrar que mesmo nos recantos mais escuros, Deus e a esperança estão presentes. Não podem ficar de fora a Fonte de São Francisco, a mais monumental, nem a Fonte da Santa Cristina, a mais antiga e enigmática. Nem tão pouco a Fonte da Ribeira, sobranceira ao rio Pavia que desejava ser grande como os outros rios, revelando um outro lado poético das águas de Viseu. Ao chorar o seu desejo de servir os homens, o rio Pavia inundou a cidade nascente, obrigando os habitantes a subir ao alto — onde hoje se ergue Viseu. Assim, a geografia espiritual da cidade nasce da relação entre humildade, serviço e natureza — valores que se refletem em cada fonte do seu território. E não há que esquecer a Fonte do Gata, aberta onde fora uma antiga capela da Senhora da Lapa, e descer a rua e encontrar as Fontes de Massorim.
Este é um convite à caminhada
Este roteiro pelas fontes da freguesia de Viseu não é apenas um passeio urbano. É uma imersão na alma da cidade, um reencontro com as vozes do passado, com os segredos do amor e da fé, com o som eterno da água que flui — tal como a vida, em ciclos de saudade, entrega e renovação.
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